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Como os Sintomas de TDAH Podem Ser Confundidos com Outros Transtornos

  • ritaneuropsico
  • 17 de out.
  • 5 min de leitura

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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica marcada por padrões persistentes de desatenção, impulsividade e hiperatividade. Apesar de amplamente reconhecido, o diagnóstico do TDAH ainda apresenta desafios, pois muitos de seus sintomas se sobrepõem a outros transtornos psiquiátricos e comportamentais. Essa sobreposição aumenta o risco de diagnósticos incorretos e tratamentos inadequados.

Neste texto, abordaremos como os sintomas do TDAH podem ser confundidos com outras condições, ilustrando com exemplos práticos de situações do cotidiano, com foco em crianças, adolescentes e adultos. Além disso, discutiremos as comorbidades mais comuns associadas ao TDAH e estratégias para avaliação adequada.



Transtornos de Ansiedade e TDAH

Os transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada, fobias ou transtorno de ansiedade social, compartilham sintomas com o TDAH, incluindo dificuldade de concentração, inquietação e agitação. Contudo, enquanto o TDAH está relacionado a déficits de atenção persistentes e controle impulsivo, a ansiedade envolve preocupações excessivas e medos irracionais, frequentemente desencadeados por situações específicas.

Exemplo prático: Maria, uma estudante universitária, apresentava dificuldade em se concentrar durante as aulas e se distraía facilmente. Inicialmente, foi suspeitada de TDAH, mas uma avaliação detalhada indicou que seus sintomas estavam associados a um transtorno de ansiedade, caracterizado por preocupações constantes sobre o futuro e medo de falhar. O tratamento adequado incluiu terapia cognitivo-comportamental voltada ao manejo da ansiedade, técnicas de organização e suporte para desenvolver estratégias de atenção.



Transtornos de Humor e TDAH

Transtornos de humor, como depressão e transtorno bipolar, podem apresentar sintomas que se assemelham aos do TDAH, incluindo desatenção, irritabilidade e impulsividade. A principal diferença é que os transtornos de humor geralmente apresentam alterações episódicas do estado emocional, enquanto o TDAH se manifesta de forma persistente desde a infância.

Exemplos práticos:

  • João, um adulto jovem, apresentava dificuldade de concentração e impulsividade. Inicialmente diagnosticado com TDAH, uma avaliação mais aprofundada revelou que seus sintomas estavam relacionados a episódios recorrentes de depressão, caracterizados por tristeza profunda e perda de interesse em atividades prazerosas.

  • Ana, 25 anos, acreditava ter TDAH devido à distração e esquecimento frequente. Entretanto, exames e histórico detalhado mostraram que os sintomas estavam ligados à depressão, sem evidências de desatenção persistente desde a infância.

  • Bruno, 28 anos, achava que tinha transtorno do humor devido à irritabilidade e impulsividade. Após análise do histórico de infância e adolescência, confirmou-se TDAH, com sintomas consistentes e persistentes em múltiplos contextos.



Transtornos de Aprendizagem e TDAH

Crianças com dificuldades acadêmicas, como dislexia ou discalculia, podem apresentar sintomas que se assemelham aos do TDAH, como desatenção, distração e esquecimento frequente. A diferença crucial é que os transtornos de aprendizagem envolvem dificuldades específicas em áreas acadêmicas, enquanto o TDAH afeta a atenção de forma mais global.

Exemplo prático: Ana, estudante do ensino fundamental, tinha dificuldade em ler e soletrar palavras corretamente. Inicialmente foi diagnosticada com TDAH, mas a avaliação aprofundada revelou dislexia, um transtorno específico de aprendizagem. Com o diagnóstico correto, foi possível implementar estratégias pedagógicas adaptadas e reforço acadêmico, além de técnicas de organização para gerenciar a desatenção.



Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e TDAH

O TOD é caracterizado por comportamentos negativistas, desafiadores e desobedientes, que podem se sobrepor aos sintomas do TDAH, como impulsividade e irritabilidade. A diferença fundamental é que, no TOD, os comportamentos de oposição são intencionais, enquanto no TDAH a impulsividade tende a ser espontânea e ligada a déficit de autorregulação.

Exemplo prático: Pedro, adolescente, frequentemente desafiava regras em casa e na escola. Inicialmente suspeitou-se de TDAH, mas a avaliação detalhada indicou TOD, com padrões comportamentais intencionais de desafio à autoridade. O manejo incluiu estratégias comportamentais, acompanhamento escolar e orientação aos pais.



Distúrbios do Sono e TDAH

Distúrbios do sono, como insônia ou apneia do sono, podem gerar sintomas semelhantes aos do TDAH, como irritabilidade, desatenção e dificuldade de concentração. A avaliação do sono é fundamental, pois muitas vezes a privação ou má qualidade do sono amplifica déficits de atenção diários.

Exemplo prático: Clara, jovem adulta, apresentava desatenção e irritabilidade diárias. Inicialmente, foi diagnosticada com TDAH, mas exames revelaram apneia do sono, com interrupções respiratórias frequentes durante a noite. O tratamento do distúrbio do sono melhorou significativamente os sintomas de atenção e humor diurno.



Transtorno do Espectro Autista (TEA) e TDAH

O TEA apresenta déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos, que podem se sobrepor aos sintomas do TDAH, como desatenção e impulsividade. No TEA, os problemas centram-se em interação social e padrões restritos de comportamento, enquanto no TDAH o foco está em atenção sustentada, hiperatividade e impulsividade.

Exemplo prático: Lucas, criança de 8 anos, tinha dificuldade em manter contato visual e engajar-se em brincadeiras sociais. Inicialmente diagnosticado com TDAH, uma avaliação mais detalhada revelou TEA, com déficits significativos na comunicação social e padrões comportamentais restritivos.



Comorbidades Comuns Associadas ao TDAH

Além dos transtornos acima, o TDAH frequentemente coexiste com outras condições psiquiátricas e comportamentais, conhecidas como comorbidades. Essas condições podem intensificar os sintomas do TDAH e dificultar o diagnóstico.

  • Ansiedade: Pessoas com TDAH apresentam maior risco de desenvolver transtornos de ansiedade, como fobias ou ansiedade social, que podem agravar a desatenção e impulsividade. Por exemplo, Laura, 21 anos, apresentava desatenção e impulsividade, mas sua preocupação excessiva em situações sociais aumentava significativamente sua distração. O tratamento envolveu terapia cognitivo-comportamental focada em ansiedade e estratégias de organização.

  • Transtornos de humor: TDAH pode se associar a depressão e transtorno bipolar. Carlos, 30 anos, apresentava impulsividade e dificuldade de concentração, junto a episódios de humor elevado e impulsivo, compatíveis com transtorno bipolar. O manejo integrado abordou tanto o TDAH quanto a regulação do humor.

  • Transtornos de conduta / TOD: Crianças com TDAH podem desenvolver comportamentos desafiadores e agressivos. Felipe, adolescente, apresentava impulsividade e desatenção, acompanhadas de comportamentos disruptivos. A intervenção incluiu estratégias comportamentais e acompanhamento escolar para lidar com os dois aspectos do quadro.

  • Transtornos de aprendizagem: Crianças com TDAH frequentemente apresentam dificuldades como dislexia ou discalculia. Sofia, estudante do ensino fundamental, apresentava problemas de leitura inicialmente atribuídos ao TDAH, mas avaliação detalhada revelou dislexia, permitindo um plano de intervenção pedagógico e terapêutico adequado.

  • Outras comorbidades: Distúrbios do sono, transtornos alimentares e variações de humor subclínicas são comuns. Rafael, 19 anos, apresentava TDAH e episódios de compulsão alimentar, exigindo abordagem multidisciplinar com psicoterapia e acompanhamento nutricional.



Conclusão

O diagnóstico preciso do TDAH é essencial para o desenvolvimento de um plano de tratamento eficaz. A sobreposição de sintomas com outros transtornos pode levar a diagnósticos incorretos e tratamentos inadequados. Avaliações clínicas detalhadas, histórico de desenvolvimento, consideração das comorbidades e abordagens multidisciplinares são fundamentais para assegurar intervenções adequadas. Se você ou alguém que conhece apresenta sintomas de desatenção, hiperatividade ou impulsividade, é recomendável procurar profissionais de saúde qualificados para uma avaliação completa e orientações terapêuticas personalizadas.



Sentir dificuldade para se concentrar ou controlar a impulsividade pode ser desgastante, mas você não precisa enfrentar isso sozinho. Uma avaliação neuropsicológica detalhada pode ajudar a entender melhor seus sintomas e indicar caminhos para viver com mais foco e equilíbrio.


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